Amo o poema mas temo...
Quando ele me assusta
E me susta
Me procura
Me dependura
Quando ele abre a mão
E me oferta a asa que me prende
A visão que me cega
E de minha mão escorrega
E me afaga
Dum fascínio que me ganha
Dum carinho que me arranha
Amo o poema mas temo
Quando ele me desperta
E a lembrança me espeta
E minha boca adormece
Incerta...
Amo o poema mas temo
O caminho que traça
A atalho que rasga
E me confunde as pernas
Amo o poema mas temo
Esta vida insone que me deixa morta
E mais ainda se isto não importa
Amo por amar
Amo porque amo
E temo
Porque não tenho