Poema com mais de um tema
Não quero falar de violência, agrura, consequência...
Todos vivemos numa expectativa, viva
Sou sincero:
É na arte e por ela que espero...
O que o riso da moça me disse, a mim despertou suavidade, meiguice...
O que o mendigo vê, é certamente outra beleza, boiando na correnteza...
À política não me enlaço, pois é evidente o grande embaraço...
Dos religiosos? Pelo noticiário os vejo, e deles nada desejo.
Nem invejo a vaidade de atrizes, em seus papéis tristes e felizes.
Minha fome de desejo está para além de um molhado beijo.
Para a criatura dizem: todo dilema o tempo cura.
Sei, pela manhã piso a terra, olho a serra!
Pela tarde procuro lugares sossegados!
E que venha a chuva, céus azulados...
Minha emoção não vacila, ante o que capta a minha pupila!
A noite na farra repito e com alarde grito:
Afaste-se solidão! fantasma torpe, perdição!