Labirintos invisíveis
Sou um ser que atravessa tempo e espaço
Preso às convenções e regras horrorosas
Me consumo lentamente em um maço
Quero fazer coisas grandiosas
Ébria de tradições e cerimônias desagradáveis
Me sinto entre animais vestidos
Cheios de vermes e sentidos
Com as suas metodologias miseráveis
Quero-me libertar desse cenário vasto
E explorar coisas de outro mundo
Embora meu ideal já esteja gasto
Mas sempre podemos ir mais fundo
Metafísica e escatologia são complementares
Atordoada com as mesmas questões milenares
Sou uma mulher de pensamentos flexíveis
Que se estendem por labirintos invisíveis
Minha mente vaga entre céu e inferno
Despreza a vida terrena
Sempre busca consolo no eterno
Para que eu possa ser adimensional e plena
Sou contraditória, antitética
Pois que existe uma questão dicotômica
Entre o mundo espiritual e a minha natureza anatômica
Não posso me ver livre da estética.