Procura

Suspeitas de poesias

desenfreadas cá dentro

dos bolsos.

Alegro-me.

Contenho-me.

Vivo nas esquinas a sonhar

com sorrisos e rebolados.

A poesia se define.

A poesia não reprime.

Fala de amores,

sugere um palavrear escroto,

uns devaneios sinceros,

uma regras desconcertantes.

Define.

Mas a que trago cá nos bolsos

é suspeita em demasia,

pois fala em rebolados,

em sorrisos, em horas rebuscadas

no sódio que brilha nos ponteiros

de qualquer relógio barato.

É fiel,

é redundante,

é uma canção desajeitada.

Suspeito.

Fala de nós à procura

de nós dois.

Marcos Karan
Enviado por Marcos Karan em 04/10/2013
Código do texto: T4510747
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