Ela

Eu entendo a dor dos que amam

E ócio intensifica cada minuto de angústia

Sentimento que não deveria existir

Sinto de novo o amargo adocicado dessa dor

Era só isso que eu precisava para retomar o meu ciclo

Esparramo-me em cima do conforto dessa dor

Estou em casa… e ao mesmo tempo tão alheia a mim mesmo.

Aparece-me de uma forma estranhamente conhecida

Familiarmente estrangeira

Tão externa. Tão unicamente minha.

Pareço estar buscando as migalhas do que é seu

Fuçando e catando os restos do que você não quer mais

Dejetos… rejeitos… o que ninguém mais quis

O que não se pôde dar

As figuras mudam, mas ela é a mesma

Ah, velha amiga! Estava esperando sua volta

Nunca acreditei que tivesse me deixado

Você só precisava de mais uma figura para se deslocar

Eu sei que é você. Já te conheço suficientemente bem para perceber como você me chega

Alheia, mas minha.

É bom reencontrar sua perversidade tão digna de mim

Sua estadia será longa, como da última vez?

Espero que não. Preciso viver.

Samilly Sampaio
Enviado por Samilly Sampaio em 03/10/2013
Reeditado em 05/11/2013
Código do texto: T4509917
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