Ela
Eu entendo a dor dos que amam
E ócio intensifica cada minuto de angústia
Sentimento que não deveria existir
Sinto de novo o amargo adocicado dessa dor
Era só isso que eu precisava para retomar o meu ciclo
Esparramo-me em cima do conforto dessa dor
Estou em casa… e ao mesmo tempo tão alheia a mim mesmo.
Aparece-me de uma forma estranhamente conhecida
Familiarmente estrangeira
Tão externa. Tão unicamente minha.
Pareço estar buscando as migalhas do que é seu
Fuçando e catando os restos do que você não quer mais
Dejetos… rejeitos… o que ninguém mais quis
O que não se pôde dar
As figuras mudam, mas ela é a mesma
Ah, velha amiga! Estava esperando sua volta
Nunca acreditei que tivesse me deixado
Você só precisava de mais uma figura para se deslocar
Eu sei que é você. Já te conheço suficientemente bem para perceber como você me chega
Alheia, mas minha.
É bom reencontrar sua perversidade tão digna de mim
Sua estadia será longa, como da última vez?
Espero que não. Preciso viver.