Lua Silenciosa

Olhei pra lua no telhado

E como mulher pintada riu

Contou-me numa nota

O que significava o silencio

Estava em tudo que era

O levado pelo vento

Preso no olho do furacão

Nas enchentes do afogado

No animal se protegendo

No desespero da prisão

Em toda intenção de vida

Também estado de liberdade

Na fome dolorosa e na noite

Nas decisões do consciente

Na poesia do movimento dos dias

Dentro do amor e da ira

Na inconfundível louca rebeldia

Enfim... no último suspiro e

No silêncio da imensidão

Nos pensamentos do passado

Em imagens do descanso

No infinito espaço universal

Em sombras de sonhos

Nas paisagens da emoção

Depois a lua caminhou fria

Entrou só numa nuvem

E calou-se.