Deserto (T2185)

No calor do deserto

desprotegidos de tudo,

um infinito à sua frente,

areias que levantam ao vento,

com a sede que aumenta,

o inimigo mais cruel que as bombas

o vazio inquietante do deserto,

o sol que arde em brasa que queima a pele,

a guerra das bombas é ínfima

diante da degradação da alma,

diante do nada, da nossa guerra interior

contra este inimigo implacável

um deserto que não perdoa o lado certo ou errado,

sem armas, sem piedade, aniquila seus invasores.

Alexandre Brussolo (01/09/2013)