(Meta)física.
Em minha mônada, um resquício de fé suspira.
Cansado de tortuosos delírios com a metafísica
Pulo em seu profundo abismo, me afogo em seu mar
Águas escorpianas, mistérios insondáveis
Imagens arquetípicas, sonhos, símbolos
Misturados num caldeirão cósmico
Num dança sensualíssima, os átomos vibram
Talvez a loucura seja o último degrau
Que rompe as barreiras entre os mundos
A lucidez é só uma faceta de um universo sombrio
Em que a sombra projeta as realidades diversas
Enquanto, componho um poema, que vem da minha mônada
Reconstituo a identidade. Sou Anfótera. Estou comprimida.
Nada existe além de mim. O nada está além de mim.
Vago para fora dos limites da existência
E compreendo a própria compreensão
Compreendo todo o infinito.
O infinito faz parte de mim
Sou um poema, não tenho limites.
Não tente me dimensionar.
Sou o próprio Deus que nos habita
Transcendo, transcendo,transcendo.
Estou além do bem e do mal
Simplesmente sou
Sendo pela eternidade mais do que sou pelo tempo.
Intensamente existo, intensamente sou
Eu sou você.