O MEU OLHAR, ESPELHO DA IMENSIDÃO
Poema difícil este, pois vou tentar fazer uma profunda introspecção
Pois sinto
O meu olhar, espelho da imensidão
Amo, embora a espaços, compulsivamente
Pois amo como preciso de respirar,
Num ciclo que periodicamente se está a fechar
Pois o amor é o motor da minha melhor criação
Mesmo se são amores falhados, sinto o peso d’
O meu olhar, espelho da imensidão
Sou impulsivo, embora mais do tipo reflexivo
Porque há uma adrenalina cega que me guia nas trevas que eu não sei se preciso
Sou possessivo em relação aos meus objectos de afecto
Porque nada tenho, eles são o meu todo, casa que precisa de um tecto
Para não me molhar na chuva de emoções
Que andam sempre em luta com as minhas razões
Luta que define quem perto de mim quer ficar
Quem esta luta de excessos conseguir aguentar
Porque na verdade…Na minha idade já devia ter parte do que me é exigido
Não o tenho porque falhei e porque sinto de que parte de tal não preciso…
Dinheiro, uma profissão fixa, amigos fixos, companheira amável
Mas tudo falhei…o dinheiro escorre-me entre as mãos, a profissão é itinerante
Os amigos passam e vão e as companheiras reais ou platónicas…bem, mais um falhanço
Pois nada em mim é estável…
Nada consigo manter, não consigo do meu futuro uma
Linha recta fazer…
Só me resta uma colossal fome pelas planícies celestiais
E é por elas e por um amor que nunca mais aparece que jogo todos os meus ideais
E os sonhos e também uma enorme vontade que me aceitem
Como sou
Embora eu ao mesmo tempo me sinta bem em quimeras que o tempo leva, sempre levou
Me sinta bem no meu reino de escrita
Em quase ninguém acredita
Sendo a minha bagagem para esse futuro
Mil e um sonhos por concretizar e
Imensos livros já feitos e outros que irei concretizar
Além duma enorme fé que as coisas irão correr bem
Uma fé sagrada sem deus que me faz ir mais além
Isto é pouco? Serei pouco ambicioso
Talvez sim, talvez não,
Sei que sinto
O meu olhar, espelho da imensidão