Amores-perfeitos

Era um palpitar, dondas ondas,

moles, a dançar, na sua face.

Era um respirar, vento lento,

morno, a falar, da sua boca.

Era um achar, e um lembrar,

era um tocar, e acariciar,

era um vencer a distância.

Era um vencer...

Vi-o entre grinaldas de amores-perfeitos,

quando no mundo era outono.

Era um perder-se também.

E reencontrar-se em cada sílaba,

saliva dos amores outonais,

que morrem no inverno...

Como dizer-vos o que era,

se por cada letra uma pétala

do universo cai. Como dizer-vos

que eu o amava, que era Lua,

que era mar, que era barco capitão,

que era aquilo que não se sabe,

nem se saberá jamais...