MINHA ESTRANHEZA

MINHA ESTRANHEZA

Seguindo em silêncio pelas ruas

Ninguém se aproxima de minha pessoa

Ninguém sabe quem eu sou

Minha fisionomia de poucos amigos

Minha estranheza faz com que desviem seus olhos dos meus

Continuo seguindo em frente sem ser ferido

Ou nem mesmo ferir alguém

Apenas continuo meu percurso

Visto preto dos pés a cabeça

Barba grande, cabelo rasteiro

No mínimo desperto, um certo respeito

Enquanto outros me julgam macabro e até sentem medo

De repente, alguém curiosamente, se dirige a mim

Ferido e com fome, pede uma moeda

Então em meus lábios um sorriso se desperta

Retiro do paletó minha simples oferta

Ofereço a palavra que traz vida reta

Depois dou de comer ao que tem fome

"Porque nem só de pão vive o homem..."

Antes de alimentar alguém, procura tratar suas feridas

Humildade não se traduz à sombra da imagem

Nem toda aparência revela a verdadeira essência

OBS: NÃO ME NEGO A DAR DINHEIRO PRA ALGUÉM SE ALIMENTAR

MAS A FOME DA ALMA PRECISA (TAMBÉM) SER SANADA, NÃO APENAS A DO CORPO FÍSICO.

DANIEL GUIMARAES
Enviado por DANIEL GUIMARAES em 30/08/2013
Reeditado em 08/11/2015
Código do texto: T4459623
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