MINHA ESTRANHEZA
MINHA ESTRANHEZA
Seguindo em silêncio pelas ruas
Ninguém se aproxima de minha pessoa
Ninguém sabe quem eu sou
Minha fisionomia de poucos amigos
Minha estranheza faz com que desviem seus olhos dos meus
Continuo seguindo em frente sem ser ferido
Ou nem mesmo ferir alguém
Apenas continuo meu percurso
Visto preto dos pés a cabeça
Barba grande, cabelo rasteiro
No mínimo desperto, um certo respeito
Enquanto outros me julgam macabro e até sentem medo
De repente, alguém curiosamente, se dirige a mim
Ferido e com fome, pede uma moeda
Então em meus lábios um sorriso se desperta
Retiro do paletó minha simples oferta
Ofereço a palavra que traz vida reta
Depois dou de comer ao que tem fome
"Porque nem só de pão vive o homem..."
Antes de alimentar alguém, procura tratar suas feridas
Humildade não se traduz à sombra da imagem
Nem toda aparência revela a verdadeira essência
OBS: NÃO ME NEGO A DAR DINHEIRO PRA ALGUÉM SE ALIMENTAR
MAS A FOME DA ALMA PRECISA (TAMBÉM) SER SANADA, NÃO APENAS A DO CORPO FÍSICO.