Tic-Tac

Tic-Tac

meio tempo , meia noite ; meia vida dividida pelo tempo

contratempos de uma dor tão exclusiva

invasiva solidão ,

que devora nosso tempo , nossa alma , nossa calma

devorada pelo tempo , vai deixando pelos ventos

tão calada a emoção.

Tic-tac do ponteiro , da matriz escravisante , chauvinista sentimento

tão sem nós, tão sem tempo.

Vai ficando na estante, se perdendo na memória

esquecida entre flores que secaram entre as paginas

do diário da menina , tão sem tempo , tão sem nada.

Foi-se a vida , tão vazia, tão sonhada, tão perdida

E da menina não se fala, não se lembra

Esquecida pelo tempo, tão perdida, tão sozinha, tão sem fala.

Foste enfim incorporada

À memória entregue na estante amarelada um retrato de nós dois

Quando éramos um do outro, e sem culpa, e sem medo

Só sonhava , todo dia um futuro , tão distante , tão amada.

JAlmeida
Enviado por JAlmeida em 29/08/2013
Código do texto: T4458129
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