NA PRAÇA DA IGREJA
Hoje estou a caminhar solitária em meio aos tormentos da noite.
O tempo comprido é obscuro e gelado, como se não houvesse nada para contemplar.
A noite mais aperreada que já passei . O céu era como um gramado podre.
Não se via nem uma luz de esperança raiar dentre as nuvens fogosas e depressivas.
Vi-me acabrunhada sem ter rumo na vida. Oh que sacrílego!
Estou parada a contemplar aquilo que me causa repudia, mais vejo algo aterrador.
Será minha sombra refletida nas águas da velha fonte da praça da Matriz?
A noite mais bela e mais ofegante de todas, que minhas particularidades podia trazer.
Sinto-me triste às vezes só sem saber minhas origens de fato.
Que pena não tenho domínio sobre esse demônio que me atordoa .
Continuo vagando pela praça sem rumo, agora a noite esta calma , fresca , sutil.
Eu elevo minha clareza, ganho assas em frente a igreja, vejo mais que velas ouço mais que
Réquiens. Sinto o perfume das flores do jardim e mais nada.
Agora abro a porta e caminho em direção aos céus!