Surdos Ouvidos

Não que o que sintas não seja verdade,

Mas sinto em dobro tal felicidade.

Anseios e medos,

Vida sem freios,

Assim são os assuntos,

Tratados entre dois mundos, pequenos.

É natural que surjam dúvidas,

E em dúvidas afunde seus dias,

Mas nem tudo é óbvio,

Como este meu olhar, deslumbrado.

As linhas de tuas mãos,

Se entrelaçam em meu corpo,

E roubam verdades de meus lábios,

Que facilmente preenchem teus sentidos,

Embebidos em meu líquido fraquejo.

Protegido em teus cabelos,

Durmo e sonho, não me levanto,

Dou lugar a vastidão do irreal,

Relutando em acordar,

Se não for para descobrir o mundo,

Refletido em teus gestos, imaturos,

Enérgicos e públicos.

Não sei o que é privacidade,

Desde que ouvi publicamente curtas palavras.

E como interpretar corretamente,

Termos até então desconhecidos,

Ditos nestes surdos ouvidos?

Flavio Marcondes
Enviado por Flavio Marcondes em 26/08/2013
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