O tempo leva horas, dias, mas não envelhece a poesia
As vozes da experiência me pedem, aflitas, palavras ainda não ditas.
Então, digo em sessões desprovidas de amarras.
Digo o que me vem na fala.
Se surpreendo, não sei a razão.
São coisas tocantes que passam pela mente e pelo coração.
Não posso pertencer a um só mundo, se pertenço a outros mundos, que nem sempre vemos, apenas sentimos e cremos: isto basta.
As vozes continuam a me falar...vocês não as ouvem?
Vou lhes contar, como puder, quando souber...
São vozes em lindos sons, ao vento...tão bons!
São vozes de emoção; todas, mas todas são como encantadoras canções.
São pensamentos que me acalentam, me atormentam, às vezes, na madrugada e querem seguir na estrada...como poeira,como pó no ar em movimento.
Tem cheiro de interior, tem cheiro de alma, se é que alma tem cheiro!
Tem sintonia com o verdadeiro, com o todo, o inteiro.
Observo que manda sinais e vem cada vez mais e mais.
Parece que não vão parar; vou registrando suas ondas com energia a propagar!
Passa o tempo e o vento, soprando letras...
O tempo leva as horas, os dias, mas não envelhece a poesia!