O tempo dispara...

(...) e a inquietação

enxerga um desentendimento

sem razão de ser;

a paciência por um fio ou

talvez a impaciência na

palma das mãos;

há tanta falta de discernimento

andando na contramão;

linhas cruzadas na cruzada

irritação, e o bom senso,

sem consenso extravasando

de todos os ângulos nos

parâmetros sem visão;

manhã despontando,

pássaros cantando e o

choque no toque da emoção;

fio da navalha, escancara o final

de quem não enxerga com

os olhos do coração;

grita o desamor ou se

cala na tentativa de arrumação;

dói sem saber que um dia

também já passei e não soube

o que fazer, como posso

falar pra você ?

Não ! Não sei entender;

adiar solução é pontilhar de dor

uma eterna cicatriz, e o tempo

dispara, corre e não para

pra esperar, as vezes, faz sonhar.

Marisa de Medeiros