Mais Nada
Deserto é o lado oposto ao que me lembras
Da infelicidade de ter lhe dividido espaços
Temperamentos e afagos, afagos que seriam o sempre
Do sempre que não existe, mas, a alma é labirinta
E tu não acertas o caminho direito, como um bêbado voltando para a casa
Sim, tu se lembras do quanto fizestes
Talvez agora acerte o caminho, talvez esteja acertando
Ora penso em viver sozinho
Já não basta lhe suportar, não imagino suportando também aos outros
Mas eu fui pego pelo fio da meada
Quase dei de cara com a morte que seria tão ingrata
Quanto ao tempo que não escorria pelos dedos
Ademais, acendo meu cigarro de palha e deito-me em uma sobreira
Para descansar e ter uma consciência não confusa
Entre fazer e se por motivos maiores não fazer
Mais nada.