O Assoberbado
Cautela com aquele que não tem tempo para si próprio.
Aquele para quem o trabalho é o ópio.
A fuga,
Por medo de não refletir a altura.
Quem não consegue parar em casa,
Não tem como cuidar da emocional asa.
Quem não consegue ficar sozinho,
Desconhece o conceito de ninho.
Sua importância
Junto à afetiva ressonância.
Dentro da correria do capitalismo,
Não é possível auscultar o cerne do juízo.
Tudo fica propositalmente confuso.
Intencionalmente difuso.
Essa falta de intimidade
Com a pessoal espiritualidade,
Por parte da personalidade,
Mantém a criatura cega,
Com relação à universal meta.
Reduz a vida ao dinheiro,
Que não passa de um esgotado tinteiro.
Poupa de toda e qualquer aproximação
Com o ponto mais interessante da Criação:
O enlevo.
O lírico sustento,
Sem o qual não passamos de zumbis
De comportamentos, em nada sutis.
Original deste trabalho:
http://vidaalta.blogspot.com.br/2013/08/o-assoberbado-coitado.html