MINHA INFÂNCIA

MINHA INFÂNCIA

Minha infância foi cheia de peraltagem,

Meus castigos eram das travessuras,

Minhas diversões eram imitar os tios,

Fui um eterno curioso, na roda dos adultos.

Ouvia os evangelhos como histórias,

E contava pras visitas de memória,

Fiz a primeira comunhão aos cinco anos,

Fui coroinha na Abadia das Beneditinas.

Aos quatro anos eu caí de cabeça do telhado

De uma edícula no fundo do quintal de casa,

Fui parar no visinho que tinha um cão bravo.

Levaram-me ao Dr. Joãosito, médico familiar.

Levei alguns pontos na cabeça e nada mais.

Minha mãe encontrava-se na Maternidade,

Dando a luz, e com a notícia o parto foi rápido.

Meu pai trabalhava em Utinga era muito longe.

Minhas aventuras estavam na jabuticabeira,

Arvore frondosa e muito alta lá do quintal,

Da nossa casa da Al. Santos, dos idos tempos,

Do padeiro, leiteiro, e da mercearia em domicilio.

Nossa rua de paralelepípedo tinha duas mãos de direção,

Estacionavam-se em ambos os lados.

Os carros que passavam eram os de aluguel,

Sem falar nos bondes da Paulista e Brigadeiro.

As Placas de licenciamento começavam com o n.º 1

E chagava até cinco dígitos no máximo.

Havia uma Lista Vermelha que continha as chapas,

Os endereços dos proprietários dos automóveis.

Nossa linha telefônica era via telefonista.

O cobrador vinha gritando telefônica.

O consumo das mercearias eram cadernetas,

O uso de cheque era só para comerciante.

Nestes tempos havia procissões das irmandades,

Cada uma com os seus Estandartes e andores,

Com suas paradas nos altares de fronte das casas.

Sendo uma delas na casa dos avós paternos.

Nos tempos na escola, agente rezava antes da aula,

Levantava na entrada do professor em classe,

Havia aula de Canto Orfeônico, Trabalhos Manuais,

Educação Física e treinavam-se a Fanfarra para desfiles.

Chico Luz

CHICO LUZ
Enviado por CHICO LUZ em 13/08/2013
Reeditado em 31/08/2013
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