DISCURSO PATÉTICO

É impossível ser mais solitário

Do que diante de uma lua cheia

E um vazio no banco de madeira

Que tem, guardadas, outras histórias

Se já passou de muito o nosso horário

A tua ausência me desnorteia

Não estou em mim há mais de uma hora

A saudade me rasga como fera

A pior solidão é a da espera

Ela me prende em uma grande teia

Da aranha vil, que aos poucos me devora

Meu corpo resta ordinário e seco

O que você está fazendo agora?

Penso enquanto desfio meu rosário:

Milagres acontecem, mas à toa

Não posso ser testemunha de nada

Enviado por Jimii em 14/09/2007