Natureza animal

Quero me esfacelar no chão

Pular de um prédio qualquer

Você não me vê como mulher

Apenas um ser vivo sem direção

Estou ficando mesmo insana

Eu, incessantemente, reflito

Há uma luz que de mim emana

Não sei se sou gente ou um mito

Bebo sem parar até cair

Porque não me importo com o porvir

Tudo será passado

Qual a natureza do pecado?

Dirijo sem rumo

Tenho insights o tempo inteiro

Sigo traçando circunferências

Jogando cinzas ao cinzeiro

Dou umas tragadas no meu fumo

E faço inferências

E me indago sobre a eternidade

e coisas do outro mundo

Tenho mesmo um coração vagabundo

Busco um semblante etéreo, sem idade

Que me desvende os mistérios

Algo de transcendental

Tenho problemas sérios

Para conter a minha natureza animal.