Um desferido ser
Encarou, com olhar fixo, mais uma vez
Desta vez, eram olhos.
Olhos curiosos, para compreender o ser.
De tão curiosos, pareciam fascinados
Mas não estavam.
Estavam curiosos,
Talvez ofendidos
Eram olhos de quem desacreditava,
De quem observava
De quem perplexo estava
Fora construídos à tempos
Por tempos
Com mentiras
E por mentiras
Eram feitos de verdade
E pela verdade
Expressos pelo domínio
Pelo controle
Talvez, e só talvez, pelo fascínio
De dominar, de possuir,
De controlar.
Oh, vida curiosa,
Oh, caminhos adversos.
Era curioso encontrar, pelo acaso e pelo capricho,
Aquele tão sombrio ser.