Eu busquei felicidade
Eu busquei felicidade
No pomar do existir
Encontrei só falsidade
Já pensei em desistir.
Eu busquei o amor, sorriso
Encontrei o pranto, a dor
Longe estava o paraiso
Neste vale, o meu horror.
Ninguém diga , carma é
Que voltei pra padecer
Pendência de alguma fé
Que deixei de me benzer...
Isso tudo não convence
Se assim fosse, o fim um dia
E com Deus, outro suspense
Para que tanta agonia?
Se Ele fosse macabro
Gostasse de sofrimento
Já imenso descalabro
Pensar nisso nem intento.
Mas é bom, por que então
Tanta dor, tão gratuita?
Resposta sem confusão
Na nossa mente a desdita.
Se é o que se acredita
Talvez me cri infeliz
E nada mais se repita
Se eu erguer a cerviz.
Vou tentar, depois eu digo
Qual o prisma de visão
Se no mesmo, o carma antigo
Ganha a minha expiação.
Mas se não fica bem claro
Meu dito em contestação
O que carece de amparo
É a nossa imaginação.