Entraves Masculinos

Como está mais ou menos controlada,

A insegurança,

Que tanto me sacaneou a balança,

Passei a reparar na insegurança alheia.

Especialmente, a masculina,

Que faz estragos na surdina.

Emaranhada teia!

Visivelmente mal desenhada.

Tecida em conceitos equivocados,

Impraticáveis.

Ultrapassados.

Do homem, nunca se exigiu tanto.

A coisa vai muito além do tradicional

Boicote ao pranto.

Ele não sabe mais se é lobo ou ovelha.

Muito embora sinta ambos.

Sendo que um tem sempre que estar escondido

Sob moralistas e convencionais panos.

Tenta a todo custo esconder

Que são de vidro, suas telhas.

Os dados que lhe chegam são tão confusos,

Que não consegue amadurecer o menino.

A todo momento é contestado,

É testado o domínio em seu mundo.

Não sabe o que faz com seus músculos...

Tem um criminoso acúmulo

De "assuntos internos" mal resolvidos...

Tende a fugir de todo reflexo,

Que reflita qualquer de seus plexos.

Teme a si e ao mundo.

Não confia em si, nem no mundo.

Representa o tempo todo

Feito um bobo.

É triste.

Mantém, o tempo todo, para si, o dedo em riste.

Não pode escapar da personagem.

Nem de sua cenográfica paisagem...

É forte! É marrento! É macho!

Já que tem um pavor incrível

De ser sensível.

Não suporta esculacho!

Foge do amor

Como um dia fugiremos da lembrança

Deste circo de horror.

... É uma crescida e acuada,

Mal orientada,

Criança.

Original deste trabalho:

http://vidaalta.blogspot.com.br/2013/08/entraves-masculinos.html

Claudio Poeta
Enviado por Claudio Poeta em 02/08/2013
Código do texto: T4416558
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