Luz e Escuridão
Mergulhado no caos das minhas lembranças
Vejo fendas neste céu de caídos
Onde a luz se esvai e os gritos são ouvidos
Socorro! Socorro!
As almas vão juntas se unindo
Como um cortejo fúnebre
Os lamentos são canções de outro mundo...
Abro os olhos assustado
Arrisco-me a sondar a minha volta
Só a escuridão me cerca
Tão cruel é o medo que a gera
Padece meu coração
Entrega minha única devoção
A salvação?
Ah soluto de frustração
Por que eu me entrego tanto a essas emoções?
Por que sou tão ingênuo de cair sempre nas mesmas ilusões?
Bem lá no fundo vejo um brilho fraco
E uma voz baixa me diz para acreditar
Como se estivesse caindo num posso e alguém me agarrasse
Aos poucos vou me levando
Saindo novamente para enfrentar meus demônios
Voltando a sonhar de novo com finais sinfônicos
Melodias de um uma harpa sem cordas
Aonde os sons vão ganhando formas de sorrisos
Vou sobreviver a mais uma guerra
No último badalar do sino vem regado com a morte o derradeiro juízo...
O caminhar ficou pesado
Centelhas de medo corroem meu peito
À esquerda os nove anéis de Marte
À direita os campos Elísios
Estou no meio da guerra e não me decido
Se estou certo ou errado
Só o medo vai revelar este segredo
A dualidade é o meu desespero
Na ponta do pincel selvagem o quadro surreal é desenhado
As portas se abrem
Carregando toda a desgraça, felicidade e dúvida
As cortinas se fecham e o espetáculo se faz
Na aurora do desvanecido
Sobre a cruz e o chicote
O sangue e a mordaça
Na trilha do império das estrelas
Escrevo o maior de todos os mistérios
A onda inquebrável de devaneios
O portal místico para um mundo novo
A grande passagem neste prisma que é a vida
Ilhada dos deuses humanos e gracejo imortal da mente querida...
Na luz não vejo nada porque meus olhos ardem com a claridade, na escuridão me perco sem ver meus passos atrapalhados, que hipocrisia seria sonhar com a realidade.