Pássaros que vem e que ficam são pássaros que passam

Indo bem mais profundo no nosso universo,

Habita o ponto cego da felicidade.

Ela vive numa espécie de vilarejo antigo,

De casebres de pedra,

E dias tranquilos de sol dócil,

Ar sempre puro e vida que se vive.

Às vezes cai leve garoa,

Pois há a tal da nostalgia.

Nada combina mais com melancolia,

Do que uma garoa,

Acompanhada de um pouco de vinho e frio.

Para explicar melhor...

Fica na triangulação da apatia, a razão e o amor.

Alguns poetas sabem exatamente onde fica,

E alguns filósofos escondem.

Mas existe,

E algo me diz que é por lá, numa casa,

Que terminarei os meus dias.

Tem inúmeros pássaros que passam os dias rondando a região,

Mesmo sabendo que há comida suficiente por lá.

Já me vejo numa velha poltrona de couro,

Alguns tragos e um bom queijo,

Mas me contentaria com castanhas.

Vejo alguns vasos caros, com belas flores.

Mas poderiam ser de argila - comuns.

Ao surgir da lua cheia,

A expectativa da inspiração.

Sentaria na pequena varanda,

Na velha cadeira de balanço,

Com meu novo cão companheiro.

Pegaria minhas folhas e lápis,

E debaixo da mesma lua de anos,

Escreveria algo realmente interessante,

Depois, num gesto de saudação...

Soltaria ao vento.

André Anlub®

(14/7/13)

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