INDUBITÁVEL VIVER
Há noites em que me espanto e desencanto , procuro um lenço...
é pouco pra muito pranto , escorre o choro da alma , o espírito nu ,
trêmulo com a geada das recordações , o sono anda e custo a pega-lo ,
busco uma sombra para aquecer meu "suposto" corpo .
Na penumbra do dia trombo , tropeço e peço , cai num abismo e o fim é
o começo , de todos os sonhos e pesadelos já nem me lembro , na
escuridão vasta pairam minhas pernas , dos meus olhos já nem sei .
Contraditório e claro é o enxergar , é e não é , passado o escuro saio
forte , vislumbro além do necessário , é preciso ser cego para enxergar .