Desejo de Expirar-me
Macilento pântano das ideias gastas
Movem-se invisíveis pelo encéfalo, doente,
Pelas linhas dos pensamentos da matéria finita
Para dar forma à minha realidade dolente
Mergulhado na melancolia poética
Em que os espíritos filosóficos se afogam
Na realidade nefanda das angustias da reflexão
Nódoas tatuam nos olhos o brilho da profunda solidão
Nos recônditos infinitos de meu ser
Esconde-se a verdade de todas as substâncias
Em cada molécula de minha matéria finita
Sou o panteísmo que se funde ao universo das coisas viventes
Ah! Profundo desejo de expirar-me
Desvanecer-me da mesquinhez que se preocupam os vivos
E voltar a ser o infinito reino dos que já foram
Para dormir no berço dos que ainda virão...