*maior que a razão*

por vezes o rio de sangue pede

mais doçura que razão.

eis que a razão não é doce

[...doce é o sonho donde a emoção nos leva a fazer loucuras]

nestas horas, o famélico sentido cai

de boca no amor, nas flores e no azul do céu.

alarga rios rasgando margens sem pensar nas avarias.

por dias assim, faço morada nesse lugar

onde doce e amargo andam de mãos atadas; n’um

momento provo d’um, mas termino por provar d’outro.

... entretanto, de inúmeros gostos e vontades,

sou instável, e logo voo do jogo partindo pra outra

morada, onde fico a desintoxicar me dos abusos

ingeridos por louc’alma. nele, a razão me

orienta a ver tudo com praticidade;

domestico o que possa trazer lembrança de mel.

deixo olhos à meia altura pra dosar a beleza e o feio,

anotando tudo como lição.

mas nestes dias em que a razão

está no comando...

o que fazer quando um beija-flor

me beija o olhar?

MarySSantos
Enviado por MarySSantos em 12/07/2013
Reeditado em 12/07/2013
Código do texto: T4383962
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