Poesia contumaz
Eureka a todo momento
sobre os teoremas eu não comento
porque poema é pássaro que voa
e curvado a ele eu fico
num frenesi, e nem entretanto
uma fonte de encanto
pego de supetão no esticar da rede
pra não deixar morrer as flores de plástico
as borboletas simples
ou delas olvidar.
Poema não é fruto que dá em árvore
mas apanho o mais maduro
sem defeitos o mais escuro
que dá na telha do imaginário-poemeiro
como cavalo sem arrimo e esteio
por doce e consistente
mesmo exaltado e inteligente
clamando adeus
e a Deus
o final da própria poesia.