Poesia contumaz

Eureka a todo momento

sobre os teoremas eu não comento

porque poema é pássaro que voa

e curvado a ele eu fico

num frenesi, e nem entretanto

uma fonte de encanto

pego de supetão no esticar da rede

pra não deixar morrer as flores de plástico

as borboletas simples

ou delas olvidar.

Poema não é fruto que dá em árvore

mas apanho o mais maduro

sem defeitos o mais escuro

que dá na telha do imaginário-poemeiro

como cavalo sem arrimo e esteio

por doce e consistente

mesmo exaltado e inteligente

clamando adeus

e a Deus

o final da própria poesia.

Alexandre Bonilha
Enviado por Alexandre Bonilha em 12/07/2013
Reeditado em 07/12/2015
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