Ainda Bem que Existe a Poesia!...


É tanta coisa, tanta, todo dia!
Da mais profunda e límpida tristeza
À beira da mais louca alegria...

E o sol se deita, e se levanta,
Todo santo dia!

Enquanto isso, a lágrima de esperança
Escorre devagar por entre os dedos,
Formando imensos, densos, tristes rios
Da mais total e pura nostalgia!...

-Ainda bem que existe a poesia!

E é ela quem derrama, entre linhas,
O doce do alcaçuz, o fel das rinhas,
A vida traduzida em verso e prosa,

Da cega e escura  noite
À singeleza da rosa!

-Ainda bem que existe a poesia!

E quando vem a chuva, em gotas lindas
Fazendo transbordar muitas saudades,
É ela quem nos salva e nos resgata:
Uma consolação de pura arte!

-Ainda bem que existe a poesia!

E quando na memória mais profunda
Insiste a dor mais forte, mais fecunda,
De repente, nos chega um passarinho,
E a mente assim se solta, de mansinho...

-Ainda bem que existe a poesia!


Ana Bailune
Enviado por Ana Bailune em 10/07/2013
Reeditado em 10/07/2013
Código do texto: T4380204
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