TRISTE VIDA
Vi aquela criança percorrendo seu caminho...
De micro-saia, com hematomas, tão sozinha,
Vi no rosto da menina, lágrimas nos olhinhos
A menina tão novinha, vendendo o corpinho!
Nem o corpo formado, nem os seios possuía.
Levando aquela vida? Se chorava não queria!
Arquejava, mostrando medo, mas caminhava.
Pela fria noite, estando quase nua ela andava!
O "dono" das meninas, sem ter pena lá na rua,
Por ela ter se vendido tão apenas cinco vezes,
A espanca covardemente deixando-a mais nua
E lhe diz: Só uma sua colega faturou hoje treze!
Triste vida, chora: sendo "escrava" coitadinha,
Tão sem pai, tão sem mãe, abandonada na rua,
Ninguém se importa ela pensa: "estou sozinha,
Minha companheira de todas as noites só a lua".
O mais triste da vida, além de vender seu corpo,
É receber: mísero lanche de pão com mortadela,
E entregar o dinheiro que ganhou para o "porco,"
Que a comprou do padrasto por pinga na favela!