VÍCIO

Os olhos se fecham, a mente se abre

E derrepente, tudo passa a ter sentido

Ou simplesmente, não precisa-se de um.

E nem mesmo de um tudo.

Um submerso nada em si.

No intervalo entre a mente e a vida.

O que me faz sentir, não me permite agir

Induzido à inércia de domingo a tarde

Perece meu corpo, enquanto a mente floresce

E grita em busca de fuga

A pequena fresta entre o tudo e o nada.

E lhe pergunto porque não os extremos,

Se é mais fácil ser ou não ser.

Ela me responde que não se permite errar

E poder mudar é estar sempre certa.

Eu sem saber se saboto ou não a vida

Sigo seu decreto, sem ao menos repensar,

O corpo anestesiado não tem força para lutar

E se rende ao poder da dúvida.

Vai assim a vida entre lá e cá.

Entre olhos abertos e mente fechada

Constantemente a inverter-se de lugar.

Perdida nesse vício de fugir da vida.

O que me faz agir, não me permite sentir.

Daiane Alves
Enviado por Daiane Alves em 06/07/2013
Reeditado em 06/07/2013
Código do texto: T4374818
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