Mágica do coelho

A orelha foi cortada

na afiada faca do dizer

e sangra quieta, amputada.

Ao modo da boa intenção,

fez-se um mal súbito,

decúbito, dilaceração.

Esse malfazejo bem que corre

além do limite de velocidade,

salta pela boca em verbo,

colide contra o poste,

agoniza entre as ferragens.

Para o socorro, sorriso de esmola!

Moeda na cartola, mágica do coelho.

Enche-se o pulmão indigno

com um signo de ar puro,

incompatível.

Agora, as desculpas.

(tosse)

Engasgo, expectoração.

E o coração falha

e eu falho

e nós falhamos.

Que

outras

orelhas

floresçam

em

nossas

cabeças.

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Nota: Para toda ofensa, a reconsideração.

Felix Ventura
Enviado por Felix Ventura em 04/04/2007
Código do texto: T437383
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