Mágica do coelho
A orelha foi cortada
na afiada faca do dizer
e sangra quieta, amputada.
Ao modo da boa intenção,
fez-se um mal súbito,
decúbito, dilaceração.
Esse malfazejo bem que corre
além do limite de velocidade,
salta pela boca em verbo,
colide contra o poste,
agoniza entre as ferragens.
Para o socorro, sorriso de esmola!
Moeda na cartola, mágica do coelho.
Enche-se o pulmão indigno
com um signo de ar puro,
incompatível.
Agora, as desculpas.
(tosse)
Engasgo, expectoração.
E o coração falha
e eu falho
e nós falhamos.
Que
outras
orelhas
floresçam
em
nossas
cabeças.
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Nota: Para toda ofensa, a reconsideração.