Noite de Insônia
O som opaco do tempo em meu travesseiro
Às luzes ainda estão lá, acessas no banheiro
Deixo tudo lá jogado no canto
Emoções de alguma época, e também muitos prantos
Outrora elas parecem sair de lá
E caminham em minha direção tentando alertar
Que guardar o que há de errado em nós não vai ajudar
Que como copos de vidro, iremos trincar
Recuso a oferta de juntar os pontos desconformes que por lá deixei
Deito na cama e revivo meus dias mais uma vez
Na incapacidade de tentar me entender
Me sinto vulnerável e começo a me encolher
Mas lembro também de quando era criança
E da esperança que carregava no olhar
Isso por um instante passa a me consolar
E ai me recordo que criança sempre serei
Enquanto eu puder sonhar