NÃO TE RENDAS !
Juliana Valis



Perdendo-te, encontras teu refúgio,

No amor que transcende céus e luas,

Além da dor que tende ao subterfúgio,

Tua alma se alimenta de ilusões tão cruas ?



Ah, não te percas, assim, na estrada,

Entre tudo e nada como abismo

De céus, no verso que nos brada,

Véus de universo em cataclismo !



Não, não te rendas ao delírio

De seres sombra de outro ser,

Transcende a dor do teu martírio,

Não sejas só crepúsculo a entardecer !



E, assim mesmo, quando a alma,

Tua  indelével alma suplicar amor, 

Verás que o céu que nos acalma 

É a chama da paz que nos restou,

Bem além dos dias que já vão

Bem além do fim de tua dor,

Como lua que jaz no coração,

Vendo o sol profundo e redentor.