Velhinho
Porque andas tão triste velhinho?
Sua história não será apagada com a sua ausência.
Sua tristeza me confronta.
Quantas experiências nesses cabelos ralos e brancos
Parece que assim como ele se vão assim também os seus dias aqui...
Parece triste o relatar dessa historia, mas, no entanto ela me encoraja a ser
Um pouquinho do que fostes do que é...
Não quero lhe perder, não quero lhe achar...
Não quero que se escondas de mim...
Não quero mais querer, todas as minhas escolhas são carregadas de consequências
Que logo abrolha o sentindo contrário das coisas.
Tudo é contrário...
Eu, tu, ele, nós, vós, eles... Todos somos...
Não somos porque somos...
Somos por causa das consequências que nos formou,
Que nos predestinou, e hoje o que nos resta é um grupo de interrogações
Que nos afrontam dia-a-dia...
Mesmo assim eu ainda te verei... Verei-te no espelho meu...
Nas pisadas minhas, no entardecer, no amanhecer, no cantar do galo
No florescer... Ainda lhe verei: No verão, no inverno, na primavera...
Ainda serei seu e você será meu...
E na cumplicidade dos dias que virão eu serei
Eu verei...
Verei suas pisadas, suas promessas, seus desejos...
Todos cumpridos... Se não for em mim será nos meus...
Nos meus que são seus...
É e serão eternamente...