Me iludirei eternamente
Nem tudo que escrevo é poesia
E nem ambiciono que assim seja
O mundo é podre, sujo
Todos nós temos lixo por dentro
Que cedo ou tarde
Será escarrado de nosso peito
Passamos a vida buscando inutilmente
Algum amor que torne tudo mais tolerável
À ponto de sabotar o próprio cérebro
E se entregar à clara armadilha
Numa vã expectativa de felicidade real
Felicidade real, amor verdadeiro...
Poesia...
Ilusórias ambições
Das quais nos cercam a vida
Ilusórias ambições
Das quais, sem elas...
Não podemos viver.