JANELA DE DEUS

Com um toque de luz suave a noite possui laços de prata

E mergulha quase amarela num sol vivo perambulando sobre a Terra

Os carros em variadas cores e modelos vão e voltam pelas estradas

E as pessoas, também, vão e voltam pelas calçadas

Alguns simplesmente não voltam ou numa mistura transformam-se em alguém

Numa ressurreição da alma no corpo mesmo da mesma passada dos pés Mas mudam como uma nova muda de planta qualquer

Redefinindo ainda novo caminho enquanto há fé

O mundo mutável rege enfileirados dias imutáveis no que tange ao tempo

Mas as janelas da mutação ficam abertas todo o tempo ao nosso redor

Para aqueles que percebem os vestuários que mantêm as vestimentas

Que desejamos confortar nossos sonhos e aquecê-los

Há ainda aqueles que entram nessas janelas e saem imutáveis

Pois há que se ter um espírito suave para ver o invisível

E uma alma leve para a insustentável vontade de se transformar

Não há como sentir falta do que não sabemos que não sabemos

Entretanto, aqueles que vêem as janelas do mundo

E entram dentro delas para sempre mudar

E transformar-se em sempre algo novo e melhor

Encontram um botão de rosa sorrindo

E marcando o céu com uma estrela

E a noite com seus laços de prata foi tocada pela Luz

Que pouco a pouco se faz amarela mergulhando viva num vivo Sol

Que ambulante pela Terra caminha e caminha

Os carros continuam e continuam

As pessoas continuam e continuam

E o mundo é visto assim pela janela de Deus.