Morte de uma concepção

O machado cravado na coluna

De olhos fechados esperando a morte

Não tenho mais futuro

E tanto que joguei runas

Ficou a impressão que nada valeu a pena

Um desgaste insano de energia eletroquímica

Sinapses violentas em vão

Me incinerei nas ideias

Mas do que valeram?

Sinto o gosto amargo do sangue na boca

Minhas vísceras estão expostas

Lutei por um ideal

Por minha vida inteira

E agora ela se resume em uma morte

Uma morte sem graça

Um machado sujo de incompreensão

Um machado de ignorância

Não pude viver só por mim

Vivi pelo coletivo

e o coletivo pelo qual eu vivi

Foi o mesmo que me cravou um machado

Melhor eu nunca ter nascido...