REFLEXÕES - II
Nada sei do mundo.
Tenho a face velada,
as luzes apagadas
e vejo tantos faróis
disfarçando-se de sóis
levando-nos a mares profundos.
Temo a solidão das ruas,
as desesperanças nas crianças,
as festas que levam ao nada
as setas dos desencontros
a ilusão nas palavras.
Tento sobreviver
com o luar por sobre as montanhas
e esses afetos que me fazem renascer
a cada dia nesta terra
onde, tantas vezes, me sinto estranha
Vagam ao longe do meu olhar,
a solidão dos ninhos,
onde o amor se deixou plantar
como semente perdida
no solo dos caminhos.
E me tem sido duro levantar
palavra a palavra
uma prece que saiba falar
do plano em que nos movemos.
Tavlez não seja por amor que muitas vezes perecemos.
Não é por não acreditar que tantas vezes esmorecemos.
É, talvez, por colocar os nossos mais belos sonhos
a trilhar os mesmos caminhos
aonde já muito antes nos perdemos.
(Direitos autorais reservados).