REFLEXÕES - II


Nada sei do mundo.
Tenho a face velada,
as luzes apagadas
e vejo tantos faróis
disfarçando-se de sóis
levando-nos a mares profundos.

Temo a solidão das ruas,
as desesperanças nas crianças,
as festas que levam ao nada
as setas dos desencontros
a ilusão nas palavras.

Tento sobreviver
com o luar por sobre as montanhas
e esses afetos que me fazem renascer
a cada dia nesta terra
onde, tantas vezes, me sinto estranha

Vagam ao longe do meu olhar,
a solidão dos ninhos,
onde o amor se deixou plantar
como semente perdida
no solo dos caminhos.

E me tem sido duro levantar
palavra a palavra
uma prece que saiba falar
do plano em que nos movemos.

Tavlez não seja  por amor que muitas vezes perecemos.
Não é por não acreditar que tantas vezes esmorecemos.

É, talvez, por colocar os nossos mais belos sonhos
a trilhar os mesmos caminhos
aonde já muito antes nos perdemos.

(Direitos autorais reservados).




 
Lúcia Constantino
Enviado por Lúcia Constantino em 16/06/2013
Reeditado em 29/09/2013
Código do texto: T4343940
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