FEIRA DE ARTESANATO
Passo pela feira de artesanato
Tenho simpatia por tanta gente
Os tecidos que são desenrolados
Com motivos que me deixam contente
No meio daquela alegre balbúrdia
Paro em uma barraca de churrasquinho
Pago ao rapaz de avental com moedas
Sigo tranquilo o contínuo caminho
Crianças brincam no escorregador
Como são simples em sua alegria
Pacientes e mais sábias que os adultos
Não sei por que os homens se perdem um dia
Na moldura gigantesca que vejo
Chega a lembrança que isto será nada
Faz deste agora um momento infinito
Na mente infinitamente abismada
As nuvens dão gravidade ao céu
Enquanto percorrem o inefável azul
E fico na praça até que anoiteça
Enquanto a lua desperta no sul
Os elétrons, nos átomos, não param
Em torno do núcleo giram sem fim
Mesmo na algazarra louca do ser
Permaneço pensando, ai de mim
Carrego interrogações filosóficas
De reflexões que não têm respostas
Por que existe, ó ser, e não o nada
Quando pergunto, ele me vira as costas