A queda do Império da Utopia

Durante muito tempo estive presa

num mundo de utopia

Pintada num quadro invisível

Com traços impalpáveis

Limitada pelo infinito

De bordas intangíveis

Presa num mundo louco

De seres esquisitos

Onde tudo era utopia

Mas o que se diz real me atingiu

O que se tem como real me afligiu

Meu império de utopia caiu

Os porra-loucas visionários perderam

Os revolucionários foram guilhotinados

No meu mundo louco...

Nada restou.

Só sobrou o gosto amargo

Do que se afirma como real

Os loucos jamais mudaram o que se diz real

O mesmo quadro com novas tintas

Objetos remodelados

Ideias gastas que estruturam a sociedade...

A mesma dança dos porcos

E os porcos dançam felizes

Com seu desejo vazio e insaciável

Eles querem mais vazio para preencher o vazio

Do seu ócio mental.