Novamente?
Dois corpos separados.
Conversavam,
mas calados.
Fingiam,
mas aos abraços.
Dormiam,
fingindo ser corpos apenas
num pedaço de pano esquecido sob um orvalho
que, ofegante, forçava as telhas.
Éramos pedaços apenas...
Dois corpos separados,
dois amores despedaçados,
uma parte carnal
que traduzira tanta alma
que, quimera e acalanto,
confundiu as conjugações,
desmentiu algumas concordâncias,
exorcizou heterônimos
e fugiu de pessoas e mitos.
Nossos corpos preparados.
Nossa vida e a encruzilhada.
Conversávamos,
mas agora.
Separávamos,
mas violentos.
Rezávamos...
mais hipócritas
que nunca.
E nosso filho lá na cama
a tossir e esperar de nós
alguma sugestão de corpo
ou família...
novamente.