OUTRA VEZ, O PARAISO
Nada mais é preciso,
sou estopim que espera a chama,
conheço seus sinais que me queimam, me inflama,
e,eu fico assim, tonto, sonhando outra vez, com o paraíso!...
Silencioso como um vulcão que descansa
são minhas fagulhas que compõe o que não esqueço,
sou humano, tenho visões, eu me iludo e não teria graça,
se eu não sentisse em mim essa vibração que eu bem conheço!...
Não, ninguém pode saber de mim se eu não quiser,
acertar o que penso é fácil dependendo de quem,
e não existe alguém além de ti, por tudo que eu disser,
que conhece a minha alma e o meu coração tão bem!...
Queres que eu saiba o que ja sei, sem falsa modéstia,
nunca acreditei que fosse ao contrário, era impossível,
meu peito, inflado de amor e, minha alma, antes doentia
canta agora o canto maior, o canto do amor plausível!...
E por perceber que, apesar de tudo, ainda não morri,
e que todo o passado pode ainda não estar perdido
não posso negar que foi ruim o que sozinho sofri,
tudo, porém, está perdoado, nada ainda foi esquecido!...
Podemos sim, depois, esquecer e fazer novos planos,
porquê o perdão é sublime se não for da boca pra fora,
toda angustia e tristezas terão de ir de vez embora,
pra vivermos juntos, sem amarguras e desenganos!...
Que tal então, dizer palavras que só nós conhecemos,
para, de alegria, eu possa voar na imensidão do universo,
consagrar o grande amor que eu canto em cada verso,
uma justa recompensa pelo tempo que perdemos?...