Dias de um presente apagado
Os dias vêm e vão
Estou cansado dessa resina em meus olhos
Desta casca que cobre meu corpo
Não sinto mais o mundo a minha volta
Tudo é inútil, todos se foram sem muito esforço
Neste globo de pseudo imagens eu morri e junto foi toda a minha sorte...
Campos verdes distantes
Lua donzela de lindos pensamentos
E ela bem ali ao lado do impossível irritante
Por que o céu é tão claro de dia e escuro à noite?
Por que as dores são sempre maiores na madrugada?
Oh terra utópica sonhada
Um viver não vivendo
Um sonhar se enganando
A descrição de um universo em um caderno
Na ponta do lápis tudo é simples,
Sem mistério...
Os fones de ouvido já não funcionam tão bem
Os óculos escuros já não escondem meus olhos
Embora por trás de toda decepção
Ainda guarde a ingênua esperança
De voltar a ser feliz como uma criança
Limpo de maldade, egoísmo e alienação
Hoje o que faz da sociedade sem amor e coração
A doentia soberba raça ariana renascer invisível
Aos olhos do povo que não enxerga uma raiz tão escura
Dos inocentes o inferno, sem lei, donde é quase inteira imbecil.
Ó pátria amada cadê os seus filhos gentis
Vai ver todos morreram como a minha pessoa
Tão descrente e infeliz.