Sonhos
Atira-te daquele penhasco de sonhos queridos
De sonhos sonhados por um enfermo sem razão.
Do soldado que morreu ferido;
Do travesso que morreu em vão.
Atira-te naquele abismo de sonhos afugentados.
Relembra das tramas de sofá, do aconchego e do afago.
Reviva as aventuras de tua distração.
Abraça aquela infância que lhe fugiu das mãos.
Afogue-se naquele rio de superstição
Estraçalhe estas correntes de ostentação.
Liberta-te! Viva as vidas dos teus sonhos.
Encontra-te em teus tantos cantos, e nestes contos.
Escute! É o trem da vida lhe chamando,
Clamando que não o perca, Aproveite!
Há tantos vagões diferentes, infinitos são.
Embarque nestes sonhos e viagens, e viva!
...
Atira-te daquele penhasco de sonhos esquecidos
E verás que a queda lhe será um voo.