DESPEDIDA e CUMPRIMENTO
DESPEDIDA e CUMPRIMENTO
Despedida tem a raiz das palavras: desligar, desfazer, desatar, destruir, etc.
Extinguindo este radical, resta à palavra pedida, do verbo pedir.
Quem se despede, deixa de pedir. A contrario censo, deixa de atender.
Vai daí a razão da tristeza de se despedir de alguém.
Quando deixamos de pedir ou de atender, estamos nos despedindo.
E assim fazemos por diversos motivos, muitas vezes alheia à nossa vontade.
Porque a despedida nem sempre é repentina, mas programada ou perceptível.
Conhecemos os nossos limites, as nossas fragilidades, os nossos motivos.
Ninguém se despede ao sair de um cômodo, ou momentaneamente do lugar.
Despedimos quando saímos de casa, do trabalho, em viagem, pois são partidas.
Estamos incertos da volta, pois o futuro não nos pertence.
Queremos deixar a ultima lembrança dos momentos feliz que compartilhamos.
O cumprimento da ação de cumprir, nos remete a felicitação da realização.
Cumprimentamos-nos toda vez que damos cabo a uma missão.
Quer seja ela difícil, perigosa, duradoura ou de curtas horas.
Fazemos somente na chegada, pois ela é um dever cumprido.
Não necessariamente ao final de uma jornada, mas de uma etapa com certeza.
Estimulamos o compromissado a dar continuidade a sua tarefa, até à meta.
Por isso fazemos ostensivamente, garbosamente, festivamente a honra ao mérito.
Ser cumprimentado é, portanto, o reconhecimento da missão cumprida.
A despedida sê triste e melancólico é o final de uma relação,
Por certo o cumprimento será a alegria da glória alcançada.
Se a morte é uma despedida o cumprimento é a vida eterna.
Chico Luz