Precipitações
Eu queria controlar o mundo
o meu, que fossse,
e já seria muito.
Queria controlar o que suga o meu corpo
o que absorve a minha pele e alma,
o que fica.
Eu nunca havia me dado conta
de quantas coisas cabem aqui.
Agora,
agora que coloco tudo para fora,
dói mais por nunca ter entendido a extensa
quantidade de excessos que colecionava.
Não servem para nada.
Não sirvo para nada.
O meus excessos me transbordam
e escorrem por lágrimas.
Quando eu penso que tudo se foi,
a chuva se condensa e,
eventualmente,
precipita.
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