PERDAS , por Benvinda Palma, 2007
Perdemos a memória
Sem escrevermos nossa estória
Perdemos a paciência
Com tanta incoerência
Perdemos a razão
Quando só ouvimos o coração
Perdemos a emoção
Quando sequer ouvimos o coração
Perdemos o juízo
Quando amor chega de improviso
Perdemos a liberdade
Quando nos invadem a privacidade
Perdemos o nosso tempo
Com vãs filosofias,
falsas ideologias.
Coisas efêmeras, do momento
Perdemos um grande amigo
E a vida fica sem sentido
Perdemos o emprego
E com ele o nosso sossego
Perdemos qualidade de vida
Se as leis naturais são infringidas
Perdemos o entusiasmo
E a vida se torna um marasmo
Perdemos um ente querido
E ficamos com o coração partido
Perdemos a auto-estima
Que da vida é a rima
Perdemos nosso senso de humor
A vida do próximo se torna um horror
Perdemos o ônibus, o trem, o avião.
Mas isto tudo tem solução!
Não podemos perder a esperança
De que a cada nova manhã
Haverá um feixe de luz
Para iluminar uma nova canção.
Bemtevi